top of page

O furano possui  baixa polaridade e, como tal, consegue facilmente passar através das membranas biológicas. É rapidamente absorvido no trato gastrointestinal e extensivamente metabolizado e eliminado via respiratória, renal e fecal.

Numa administração oral de uma única dose de furano marcado radioativamente (8 mg / kg de peso corporal), em 24 horas, aproximadamente 80% do furano administrado foi eliminado: 14% foi exalado sem qualquer alteração, 26% foi exalado sob a forma de dióxido de carbono, 20% excretado através da urina e 22% através das fezes. A maioria da radioatividade que permaneceu nos ratos, após 24 h, encontrava-se presente no fígado. [2]

 

O fígado possui uma grande capacidade de eliminar furano a partir da corrente sanguínea através do mecanismo de primeira passagem.

O furano é rapidamente metabolizado pelas enzimas do citocromo P450, predominantemente pela CYP2E1, sendo a sua biotransformação caracterizada pela abertura do anel com formação de dióxido de carbono e cis-2-buteno-1,4-dial (BDA), um eletrófilo altamente reativo que é o responsável pela toxicidade e carcinogenicidade do furano. [3]

A bioativação do furano mediada pelo citocromo P450 é suportada por estudos em hepatócitos de rato, que demonstraram efeitos mediados pelo furano nos níveis de glutationa e na viabilidade celular que pode ser suprimida pelo 1-fenilimidazol (um inibidor do citocromo P450) e aumentada por pré-tratamento dos ratos com acetona (um indutor da CYP2E1), indicando que a citotoxicidade do furano está dependente da sua ativação metabólica. [4]

 

Constatou-se que o cis-2-buteno-1,4-dial reage com nucleófilos celulares como a GSH (glutationa) e aminoácidos por causar ligações cruzadas entre os tiois e grupos amino, dando origem a derivados do pirrol e lactamas. [5]

 

Assim, devido a esta bioativação por parte das enzimas do CYP2E1, o fígado é o principal órgão alvo de toxicidade do furano. 

Metabolização

Figura 9: Metabolização do furano via citocromo P450 [3]

bottom of page